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Começa disputa para sucessão de Janot no Ministério Público
O Ministério Público começa nesta segunda-feira, 15, o processo de escolha do sucessor do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os candidatos devem se inscrever oficialmente para a eleição interna, que será realizada na última semana de junho. A possibilidade de uma nova recondução de Janot é descartada por apoiadores e opositores do chefe do Ministério Público.
Sem consenso em torno de um nome forte para o cargo e em meio a desdobramentos da Operação Lava Jato, a disputa deste ano é vista como uma das mais incertas do histórico recente da instituição.
Desde os governos Lula e Dilma há a tradição de se indicar o mais votado da lista tríplice formada pelo Ministério Público. Há uma incerteza, no entanto, a respeito da decisão do presidente Michel Temer – com especulações de que ele não indicará o candidato que receber mais votos da categoria.
Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que organiza as eleições internas, José Robalinho Cavalcanti disse que os procuradores “não admitem mais que não se respeite a lista tríplice”. Até agora, se apresentaram como candidatos Nicolao Dino, Ela Wiecko, Mario Bonsaglia, Raquel Dodge, Carlos Frederico e Sandra Cureau.
Candidatos. Dino mantém a discrição e avalia nos bastidores que “o mar está muito revolto”. Além de precisar angariar o apoio interno, o maior desafio do vice-procurador-geral eleitoral é nas duas fases subsequentes do que chama de “triatlo”: a indicação do presidente da República e a aprovação do nome pelo Senado. O subprocurador é irmão do governador Flávio Dino (PC do B), opositor do PMDB de José Sarney no Maranhão.
Dino, no entanto, diz confiar na “institucionalidade” do processo de escolha do PGR. De acordo com ele, o órgão assumiu protagonismo na cena democrática do País, um dos fatores que faz com a disputa deste ano seja acompanhada com lupa por atores políticos.
Ela Wiecko, ex-vice-procuradora-geral da República, deve enfrentar a mesma dificuldade de Nicolao. Com respaldo de parte considerável da carreira, Ela apareceu em vídeo no qual é realizado um ato contra Temer. Depois disso, teve que deixar o cargo de número 2 de Janot, o que consolidou um processo de afastamento do PGR. Ela agrega um eleitorado crítico ao excessivo foco do MPF no combate à corrupção e defende que a instituição também preste atenção em outras áreas de tutela coletiva de diretos.
É considerado certo entre procuradores ouvidos que, se a eleição fosse hoje, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge estariam dentro da lista tríplice, com Ela ou Nicolao no terceiro lugar.
Bonsaglia e Raquel concorreram com Janot em 2015, quando o procurador-geral foi reconduzido. Na época, o grupo ligado a Janot pretendia que ele fosse reeleito por “aclamação”, sem a formação da lista tríplice. Mas os demais candidatos rejeitaram a proposta. Nas urnas, Janot obteve 799 votos, seguido de Bonsaglia (462) e Raquel (402).
Bonsaglia costuma ser bem votado em eleições internas e pretende se apresentar como um candidato independente. Já Raquel antagonizou com o procurador-geral da República durante debate no Conselho Superior do MPF, recentemente, ao apresentar uma proposta que poderia limitar o grupo de trabalho de Janot. A proposta também foi encampada por Carlos Frederico. Em 2015, Fred, como o subprocurador é chamado internamente, foi um dos maiores opositores à postura de Janot na função de PGR. Na disputa deste ano, ele deve manter o tom crítico a atos da administração atual – como a composição do gabinete do PGR e o que considera uma condução “midiática” das investigações.
Com relação a Raquel Dodge, a perspectiva de subprocuradores é que ela altere todo o grupo de trabalho formado por Janot, inclusive na Lava Jato, considerando inimizade entre os dois carregada por disputas internas anteriores.
Sandra Cureau participou de reuniões com pré-candidatos, mas segundo interlocutores deixou em aberto sua participação na campanha deste ano. Nas eleições de 2010, como vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra ficou conhecida por postura dura nas representações feitas aos candidatos e críticas a Dilma e Lula.
O nome do secretário-geral da PGR, Blal Dallou, chegou a ser apontado como uma alternativa de agrado do Planalto e também do grupo de Janot. Em rede interna, no entanto, Dallou negou a intenção de concorrer. “Não serei um divisor de águas para aqueles que pregam a desunião”, disse a jornalistas após o surgimento de seu nome entre os candidatos.
FONTE - MSN
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POSTADA POR GOMES SILVEIRA
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