titolo : Carnaval 2018, o retorno dos blocos tradicionais e o ganho político de Ilário Marques
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Carnaval 2018, o retorno dos blocos tradicionais e o ganho político de Ilário Marques
O evento de carnaval promovido em Quixadá foi um sucesso. E é possível dizer isto por vários motivos. A segurança é um deles. Nenhum crime de grave violência foi registrado nos quatro dias de festa, não apenas durante a apresentação das bandas na Praça José de Barros, mas também durante o dia, nas ruas, nas casas, no mela-mela. Incrivelmente, a violência baixou suas armas e o povo curtiu a folia com tranquilidade e alegria. O esquema de segurança funcionou beirando à perfeição.
A forte adesão popular à festa na praça e nos eventos de mela-mela também serve para provar o êxito da festividade. Nos primeiros dois dias a presença do público foi mais tímida, mas depois que as pessoas viram que não fazia sentido a campanha de terror promovida por figurinhas políticas com interesse em falar mal do evento, a Praça José de Barros fervilhou. Mérito também das bandas Solteirões e Lagosta Bronzada, que atraíram multidões.
Muito se comentou nas redes sociais que o carnaval não é o mesmo sem a participação dos tradicionais blocos da cidade. Concordo em parte.
Os blocos de carnaval em Quixadá eram verdadeiras paixões para os foliões, que se envolviam emocionalmente com eles e os defendiam com o mesmo ardor com que se defende o time de futebol do coração. Bixo Papão, Pitchu Babau, Camaleão e Crocodilo criavam um espetáculo ímpar no Ceará. Não sou, porém, adepto da tese de que, sem eles, o povo de Quixadá não consiga fazer uma festa bonita, a altura da reputação da cidade como capital da folia no Sertão Central. E a linda festa em 2018 provou isto.
Mesmo sem os blocos, o carnaval reuniu as famílias, deu às pessoas a oportunidade de brincar em praça pública e, mesmo aqueles que não possuem recursos para viajar e se hospedar em outras cidades, nem de bancar os demais custos de um passeio assim, puderam usufruir da folia perto de casa. A festa de 2018 cumpriu uma importante função social, relacionada com o direito à cultura e ao entretenimento.
Particularmente, acredito que a prefeitura deveria estudar a possibilidade de ajudar na recuperação dos blocos tradicionais. Mas não acho que deva se limitar a isto. Penso ser importante fomentar a ideia da criação de pequenos bloquinhos, talvez até de natureza familiar, criar competições entre eles, premiá-los e incentivar sua continuidade e desenvolvimento. Quem sabe até tomar as rédeas do pré-carnaval. E deveria fazer tudo em estreita parceria com a inciativa privada e, fundamentalmente, com o acompanhamento do Ministério Público desde os primeiros movimentos.
O show na praça é importante, é bonito, cumpre sua função, mas é possível fazer mais? Não custa perguntar. Se é fácil ou não, é outra discussão. As prefeituras cearenses estão em crise financeira profunda. Mas se as pessoas já discutem o retorno dos blocos tradicionais em 2019 é sinal de que ficaram animadas com o evento deste ano e de que confiam na capacidade do gestor atual para liderar esse processo.
Por falar em gestor, Ilário Marques ganhou politicamente com a retomada surpreendente do carnaval em 2018. Mesmo sem os blocos, liderou a realização de uma festa de grande porte, que atraiu visitantes, que levou os quixadaenses à praça, ao mela-mela, e que os fez sentir que a cidade continua ressurgindo de um longo período de descaso e desamor.
Capaz de manter em dia o pagamento dos servidores, de agregar valor e peso político ao município, de anunciar projetos de grande monta, de realizar reformas e de dar cara nova à cidade, Ilário tem cada vez mais moral para peitar sua oposição rendida aos problemas do passado que ela mesma ajudou a criar. E se conseguir mostrar mais em 2018 com sua gestão, realizar um carnaval ainda maior e melhor em 2019 será mera consequência.
FONTE:DIÁRIO DE QUIXADÁ
FONE: 34121595 FIXO - (88)9 -98602540 TIM
JORNAL CENTRAL QUIXADÁ
POSTADA POR GOMES SILVEIRA
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