ELEIÇÕES 2018 - Haddad: 'Nossos governos colocaram pela primeira vez o pobre no orçamento'

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ELEIÇÕES 2018 - Haddad: 'Nossos governos colocaram pela primeira vez o pobre no orçamento'

A noite desta quinta-feira (4) marcou o último debate entre presidenciáveis do primeiro turno das eleições, na Rede Globo. O encontro mais quente dos realizados até então não contou com a presença do líder das pesquisas, representante da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL). Ele alegou motivos médicos, entretanto, concedeu longa entrevista no mesmo horário do debate em emissora concorrente.

O debate foi estruturado em embates diretos entre os candidatos. Logo no início do programa, o candidato tucano Geraldo Alckmin chamou Fernando Haddad (PT) para responder a uma pergunta sobre as altas taxas de desemprego no país. “Enquanto o FHC foi presidente, de seu partido, a carga tributária foi de 26% para 32% e a dívida pública dobrou. E tudo no lombo do trabalhador, imposto sobre consumo. Com o PT, a dívida caiu pela metade. Pagamos o FMI, acumulamos reservas cambiais”, disse Haddad.

Após Alckmin dizer que o desemprego é fruto de políticas petistas, Haddad partiu para o ataque, apontando o fato de que o PSDB é parte do governo do presidente Michel Temer (MDB) e participou de um boicote ao governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). “O PSDB se associou ao Temer para sabotar o governo, aprovando as pautas bomba. Gastos desnecessários. Aumento para a cúpula do funcionalismo público, auxílios dos mais diversos. Isso levou o país à crise e não a política que fizemos.”

“Vocês estão cortando direitos sociais apoiando o governo Temer desde a primeira hora. Indicaram quatro ministros. O PT não tem nenhum ministro com Temer. Ainda agora tem um ministro nas Relações Exteriores (Aloísio Nunes) que elogia o Bolsonaro que você critica. Temos que cortar privilégios, como vocês gostam e aprovaram o reajuste do Judiciário. Enquanto querem colocar no lombo do trabalhador rural. Isso o PT jamais fará”, concluiu Haddad.

Desequilíbrio

O candidato nanico Álvaro Dias (Pode) protagonizou cenas controversas durante o debate. Em sua primeira aparição, começou criticando o PT e disse que tinha uma pergunta para Lula, mesmo sendo seu companheiro momentâneo de debate o candidato do MDB, Henrique Meirelles. O resultado foi que perdeu seu tempo e não fez sua pergunta.

Em um segundo momento, chamou Haddad para responder. “Vou entregar uma pergunta que você levará ao verdadeiro candidato do PT. Você é apenas o representante dele”, disse, em referência ao ex-presidente Lula. Na sequência, disse que o PT “gastou horrorosamente, especialmente na Petrobras e roubaram”.

Então, Haddad rebateu: “Você deveria ter mais compostura. Não respeita tempo, adversários, regras do debate. Brinca com coisa séria, muito séria. Em termos de gastos, nossos governos colocaram pela primeira vez o pobre no orçamento.”

“Todos os programas conhecidos no Brasil, ProUni, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, o que o senhor imaginar, foi feito em nossos governos com resultados conhecidos. Vamos retomar muita coisa que vocês estão destruindo. Vou diminuir impostos dos mais pobres para que eles voltem a comprar e ativar a economia. Vamos enquadrar os bancos que cobram juros extorsivos, sobretudo do empresário e de quem está endividado e não consegue pagar suas contas. Vamos retomar investimentos públicos através da reforma fiscal”, completou.

Na réplica, Dias disse que, ao ouvir Haddad falar de sua passagem como ministro da Educação de Lula, acha que “está na Dinamarca”. Novamente, o petista rebateu com firmeza: “Você não sonha o que eu fiz no ministério. Os governos que você apoiou não fez um décimo do que fiz colocando o filho do pobre na universidade.”

Até mesmo Meirelles ganhou direito de resposta, após Dias dizer que ele seria “cúmplice de corrupção”. Disse o emedebista: “Dias está confuso. Inclusive sobre o que é um ficha limpa. Nunca tive uma acusação de corrupção na vida.”

Fator Bolsonaro

Ciro Gomes (PDT) foi o primeiro a falar no debate. Chamou os eleitores a optar por um caminho “do meio”, privilegiando a governabilidade. “Parece que as coisas no Brasil caminham para uma repetição trágica. Será que o próximo presidente governa ou caminhamos para outro impeachment? (...) O que está em jogo não é paixão partidária nem ódio. São mais de 13 milhões de desempregados, 30 milhões vivendo de bico desprotegidos por lei, 60 mil mulheres estupradas e sequer justiça temos. Tenho projeto. Respeito outras forças que estão aqui, mas o Brasil precisa de um novo caminho”, disse.

Ciro ainda defendeu que ele “tem a energia necessária para enfrentar o fascismo”, representado pelo candidato da extrema-direita. “Se há um país que tem condições de buscar harmonia entre riqueza, emprego e preservação. Falta no Brasil estratégia, projeto. Apesar de ter colaborado, o PT teve 14 anos no poder e não teve audácia de fazer. Fez coisas boas mas perdeu condição política de reunir a população. Precisamos de energia para enfrentar o fascismo, a radicalização estúpida que Bolsonaro representa”, completou.

Alckmin seguiu por um caminho similar, mas aproveitou para atacar o PT. “Não acredito que PT ou Bolsonaro vão tirar o país da crise. Precisamos unir o país, fazer reformas rápidas para o Brasil crescer”, disse.

Então, o candidato do Psol, Guilherme Boulos, lembrou que Alckmin não defende um projeto tão diferente do de Bolsonaro. “Boulos “Você, junto com Temer e Bolsonaro apoiou a reforma trabalhista que retirou direitos históricos. Para vocês, para ter emprego, não pode ter direitos, carteira assinada, férias. O vice do Bolsonaro defende isso. Por que vocês cortam direitos e não privilégios da sua turma?”, questionou. “Estamos em lados opostos. Você é da turma dos privilégios e eu dos direitos”, completou.



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POSTADO POR GOMES SILVEIRA
FONTE :REDE BRASIL ATUAL



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